segunda-feira, 25 de abril de 2011

contos parte III

E a princesa resolveu se casar então com o bobo da corte. - Ironia, você me será fiel até que a morte nos separe? O bobo não tinha então opção. E assim a princesa viveu feliz para sempre...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

contos parte I e II

A princesa e o bobo da corte. Parte I

Seria capaz da fidelidade eterna, de só ter olhos para o seu príncipe se pudesse ter a garantia que ele também assim o seria, disse a princesa consigo mesma. Mas disse em voz alta, pois eram pensamentos que escapavam pela boca. O bobo da corte que estava ao seu lado não pode deixar de ouvir. Como todos sabem, os bobos da corte não costumam ser assim: bobos. E como todos sabem também, não há reinos possíveis sem seus bobos. O bobo tinha nome. Nome fantasia, mas todos o conheciam por Ironia, como gostava de ser chamado. Ao ouvir os pensamentos da princesa o bobo reage.

- Tens sentimentos nobres, próprio da realeza a que pertences, minha cara, mas és tão tola quanto qualquer plebeu. Não há paixão na previsibilidade, disse o bobo. Caso tu suportastes essa condição tão inglória, certamente não suportaria a opacidade que receberias na recíproca do teu amor.

A princesa e o bobo da corte. Parte II

Se recolhendo aos seus aposentos a princesa pede ao bobo que a deixe em paz: - Ironia, preciso descansar agora. Então o bobo lhe fez a reverência e disse se retirando: - Descanse, minha princesa. Assim que despertar, eu aqui novamente estarei.

terça-feira, 5 de abril de 2011

tomaz e valentina

Eu sei que sou uma mãe besta, coruja, manteiga derretida, enfim, todos esses adjetivos que costumamos atribuir aquelas pessoas que ficam meio embotadas do pensamento quando o assunto trata de seus rebentos. Essa embotada sou eu, muito prazer! Mas aqui, do alto da minha corujice mais aguda, quero perguntar a vocês se alguém pode me condenar por meu mais absurdo derretimento. Tenho duas crianças lindas e vou começar falando do meu menino. Porque ele está aqui do meu lado, falando sozinho enquanto joga e sendo o que ele mais sabe ser nessa vida: lindo e muito, muito charmoso. Ele fala como se fosse o herói dos jogos e pergunta ao inimigo: "ah, você quer dançar? Então vamos dançar!", assim do jeitinho que o homem-aranha faz. Ele tem o olhar fixo na tela, os cabelos grandes com cachos grandes e douradinhos e uma boquinha de moranguinho, vermelhinha e bicudinha, linda. "Eu tô ganhando, olha mãe!". Outro dia ele era um gordinho, tão pequeno que mal sabia falar mamãe. Um gordinho que demorou pra andar e quando o fez saiu andando como se sempre soubesse como se fazia. Ele chamava água de "adum"e hoje está aqui matando os mais terríveis vilões do planeta, vejam só! Ele sempre inventa alguma coisa pra protelar ao máximo ter que fazer qualquer uma das coisas que ele não gosta: comer e lavar a cabeça, por exemplo. Outro dia ele disse a avó que existia um lugar que ninguém precisava comer e quando a avó perguntou de que viviam as pessoas em tal lugar, ele respondeu que viviam de sobremesa. Ele tem esse mundo só dele mas ninguém pense que ele lá se isola. Ele sempre quer alguém pra entrar nesse mundo cheio de vilões, sobremesas, heróis, lutas, cambalhotas, cabanas de lençóis e de super transformações junto com ele. Todo dia haveria uma história diferente pra ser contada no mundo de Tomaz. A gente é muito chato porque várias vezes perde a paciência quando o mundo de cá, esse mundo de escola, de almoço, janta, dormir, de pais na rua, pais trabalhando, irmã chorando fica no meio do caminho, entre Tomtom e sua eterna brincadeira. Se tudo pudesse ser uma brincadeira, meu filho estaria sempre feliz. E ele cresce tão rápido! E tá virando um magrelinho. E nunca quer comer, nunca! "Olha o bala de canhão, mãe! Era meu alien favorito quando eu era bebê!". Ele já fala do passado, quem aguenta? E agora vem uma menininha que ainda é uma pequena lombriguinha. Uma lombriga linda, sem brincadeira. Ela fala "mamã" pra qualquer coisa, cai com a cara no chão toda vez que tenta engatinhar e fica lá chorando até que alguém a tire daquela situação embaraçosa. Quando tenta ficar em pé, as pernas tão gordinhas e cheia de dobrinhas só conseguem ficar tortinhas. Tão linda tortinha! Ela cresce rápido também e daqui a pouco vai estar correndo, falando e argumentando com a gente, assim como o irmão. Ela parece que vai ser um pouco mais agressiva que ele pois ela grita alto sempre que está contrariada. Isso, no entanto, pode mudar muito ainda. Ela fica tão feliz quando eu apareço que me dá vontade de aparecer sempre. Ainda sabemos pouco de Valentina. Só que ela é linda e conquistadora. Sabemos que ela parece saber bem o que quer. Ela parece adorar Tomaz. Adora passear na rua. Quando dorme no meu braço eu fico beijando ela sem parar e sinto meu coração se derreter todo e que eu ficaria ali abraçada a ela pra sempre. Quando eles vão dormir é quando eu sinto a dimensão desse meu amor que nem cabe no meu entendimento. Tomaz e Valentina. Tomaz e Valentina! Tomaz e Valentina pra sempre!