Não acredito que o que eu escrevo seja belo e sei que isso pode parecer “falsa modéstia” já que me arvoro a escrever em um blog. Faço isso porque me dá algum prazer, inclusive quando não me dá eu paro por um tempo bem longo, como vocês já puderam notar. Também não me interessa explicar isso muito. Só comecei dizendo o que penso sobre meu modo de escrever porque quero falar sobre coisas que eu leio e acho lindas de se ler. Não me emociona o que não tem verdade. Que fique claro que sou uma fã confessa da mentira. E o que me emociona pode ser uma grande mentira cheia de verdade. Talvez me falte a palavra ideal para dizer a vocês o que chamo de “verdade”. Talvez seja aquilo de menos lapidado pelo superego que esteja refletido em um texto, ou em qualquer obra, qualquer expressão de beleza. Talvez eu queira dar um nome ao que já foi chamado de “belo” ou de “ sublime” ou de “ paixão”, sei lá... Mas nenhuma dessas palavras me ajuda, de fato, a expressar como eu percebo esse momento de flerte entre um objeto cheio de subjetividade, que é uma criação artística, e um sujeito desejante do objeto, ou seja, nós que fruímos a obra. Sobra dizer que o meu prazer, a minha emoção, o meu lúdico se envolve com algo que me parece sair das entranhas de um ser, mesmo que na obra este mesmo ser já me pareça morto, o que também, provavelmente, confere sua cota de beleza à mesma. O que movimenta em mim tudo aquilo que seja orgânico, psíquico, partículas, ou sutilezas de toda ordem, vem do que saiu de dentro, mesmo que o que venha de dentro não tenha absolutamente verdade alguma, por exemplo. Qualquer coisa menos ou mais que isso desanima meus sentidos para o mais prazeroso dos exercícios que eu me proponho a fazer: desenvolver minha sensibilidade. Não sei se isso é coisa somente que me serve, ou tem, para outros, também algum valor. Fica uma observação: na minha mais sincera opinião, até o presente momento, a paixão, o belo e o sublime se dão justamente na conexão. Mas isso é assunto pra uma outra postagem.