domingo, 9 de maio de 2010

dia da mãe, dia da filha

Estava no Athenas, um bar-restaurante, com duas amigas pra finalizar meu dia das mães duplo desse ano. Foi um dia normal, apesar do esforço do meu namorado para me dar de presente um dia digno da data. Ando muito cansada com o mestrado e o barrigão, eu acho. Mas não vim aqui escrever um diário, apenas um pedaço de minha vida que vale aqui estar. Enquanto estávamos na mesa comendo (eu) e bebendo (as meninas), percebi uma mudança de posição que até então não me havia ocorrido. Não me lembro como o assunto chegou nas famílias. Enquanto as meninas falavam das suas mães respectivamente, eu me dava conta que estava vendo aquela situação com olhos completamente inéditos para mim. Pela primeira vez eu não me inseria ali, no contexto de filha falando sobre sua mãe, mas assistia às meninas só pensando que um dia será a minha menina que estará numa mesa de algum lugar com suas amigas falando de mim... foi uma sensação tão nova! Já sou mãe de um garoto de três anos afinal de contas... Meu filho trouxe uma série de mudanças para minha vida, de primeiras sensações nunca sentidas. Confesso que algumas vezes me preocupa imaginar que minha filha, que vem agora, possa se sentir sempre a segunda, sempre vindo depois. Na gravidez de Tomaz, por exemplo, escrevi uma enorme carta para ele e por ele, que inclusive está postada aqui neste blog. Nessa, a de Valentina, não me ocorre escrever nada por enquanto. Como será um segundo grande amor convivendo com um primeiro? Será que se ama igual mesmo? Enfim, perguntas que não chegam a atormentar, mas às vezes espreitam, passam feito vultos fantasmagóricos dando um friozinho na espinha, mas só passam. Hoje, porém, feliz me dei conta que tive uma primeira vez da gente, uma primeira vez minha e dela e por ela, hoje, logo hoje no dia das mães: a que eu sou e a que um dia ela poderá vir a ser. Outras primeiras virão portanto, por certo. Já é a primeira menina, isso sim e eu já sabia. Mas ter no concreto a percepção do que isso significa é que realmente faz a diferença. E a primeira diferença é talvez a de que o pepel de filha não me cabe mais como já coube. Pela primeira vez eu passo o cetro a minha pequena, minha princesa, minha filha que vem aí e um dia estará em alguma mesa, com algumas amigas e irá falar mal, falar bem, falar, falar e falar de mim.

sábado, 8 de maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

tormento

Escrever para mim, às vezes, é um tormento. Por isso tenho um blog. Para fazer as pazes...