A princesa e o bobo da corte. Parte I
Seria capaz da fidelidade eterna, de só ter olhos para o seu príncipe se pudesse ter a garantia que ele também assim o seria, disse a princesa consigo mesma. Mas disse em voz alta, pois eram pensamentos que escapavam pela boca. O bobo da corte que estava ao seu lado não pode deixar de ouvir. Como todos sabem, os bobos da corte não costumam ser assim: bobos. E como todos sabem também, não há reinos possíveis sem seus bobos. O bobo tinha nome. Nome fantasia, mas todos o conheciam por Ironia, como gostava de ser chamado. Ao ouvir os pensamentos da princesa o bobo reage.
- Tens sentimentos nobres, próprio da realeza a que pertences, minha cara, mas és tão tola quanto qualquer plebeu. Não há paixão na previsibilidade, disse o bobo. Caso tu suportastes essa condição tão inglória, certamente não suportaria a opacidade que receberias na recíproca do teu amor.
A princesa e o bobo da corte. Parte II
Se recolhendo aos seus aposentos a princesa pede ao bobo que a deixe em paz: - Ironia, preciso descansar agora. Então o bobo lhe fez a reverência e disse se retirando: - Descanse, minha princesa. Assim que despertar, eu aqui novamente estarei.
Um comentário:
ai ai, a princesa que há em mim (em você, em todas)...!
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