segunda-feira, 3 de outubro de 2011

nem hora, nem lugar


E quando os oráculos passam a interessar, as canções de ninar, a história que ninguém mais viu passar, o olho que segue o chão, a roupa folgada pra aconchegar, o canto do sofá... é quando a vida segue em espaços errantes, em tempo de ninguém e as horas não servem mais para marcar. As lembranças se amontoam em um compasso estranho, mas que, de alguma forma, é sempre familiar. E a música é calma, é doce, mas nunca melódica. Carecem de melodia as músicas desse lugar, nessa hora. É preciso que alguém chame por elas, que alguém grite o seu nome. - Música! Então, se faça a música. Preencha o lugar. O peito está vazio, é morada de quem chegar. – Música, vem cá!

Mas para chorar não. Chora-se em silêncio.

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