E quando os oráculos passam a interessar, as canções de ninar,
a história que ninguém mais viu passar, o olho que segue o chão, a roupa
folgada pra aconchegar, o canto do sofá... é quando a vida segue em espaços
errantes, em tempo de ninguém e as horas não servem mais para marcar. As
lembranças se amontoam em um compasso estranho, mas que, de alguma forma, é
sempre familiar. E a música é calma, é doce, mas nunca melódica. Carecem de
melodia as músicas desse lugar, nessa hora. É preciso que alguém chame por
elas, que alguém grite o seu nome. - Música! Então, se faça a música. Preencha
o lugar. O peito está vazio, é morada de quem chegar. – Música, vem cá!
Mas para chorar não. Chora-se em silêncio.
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