quinta-feira, 27 de setembro de 2012

corações

Sobre esse mundo de desencontros e nossa busca quase quixoteana pelo amor, uma passagem hoje eu queria deixar registrada. Um amigo me falou de um projeto muito interessante dele que envolve arte digital, alguma matemática e, vejam só, amor. Eu tenho uma espécie de projeto também, só que é pessoal e mais se encaixa na definição de um hobby. Fotografo coisas em formato de coração que cruzam o meu caminho. E passei, aos poucos, a atribuir um sentido quase mágico a esse cruzamento do acaso com a minha interpretação, meu olhar que vê corações nas coisas do dia-a-dia. Até agora tenho dois: uma folha, em cima da qual eu pisaria por um milésimo de segundo e uma mancha de nódoa no meu único sobretudo preto, único que aguenta de verdade o frio paulistano. Voltando ao meu amigo, ele iria começar a me descrever o projeto e, não intencionalmente, a largada já foi uma metáfora muito apropriada para ambos projetos, o meu e o dele, assim como muito provavelmente para nossas vidas. E para a vida de quem não seria, me pergunto, melhor dizendo. Segue um trecho da conversa (sem nenhuma obrigação com a verdade, por favor):

VJ pixel: estou pesquisando corações


Juana: an???


Juana: ah, claro! eu tenho uma foto de uma folha em formato de coração, serve?


VJ pixel: estou procurando algo mais...

pixel

Vj pixel: mas pode servir pra outra coisa!

Vj pixel: digo, é uma boa coincidência que pode virar algo :) http://pinterest.com/vjpixel/pixel-art/

Juana: qd vc escreveu "pesquisando corações" achei engraçado pensar no sentido metafórico, pois talvez fizesse sentido pra vc tb...

Vj pixel: não havia pensado nisso

Juana: vou escrever sobre no meu blog, certo?

Vj pixel: sim!


E aí está, portanto. Linhas que incidem sobre outras que incidem sobre outras e assim vão, formando essa teia de pequenos encontros sobre amor, por amor, de amor, enfim...  
Um dia outro amigo querido me falou sobre uma pesquisa-brincadeira dele e outro amigo que se chamava "antropologia do amor". Certamente não me lembrarei aqui do que se tratava mesmo, mas lembro que ele me contou isso por um "encontro" também de pensamentos. Eu falava sobre minha hipótese do amor correspondido como a única possibilidade de amor na sua essência (essa daí eu deixo a explicação para outra hora, outro texto) e ele me explicou essa tal de antropologia do amor! Me lembro de ter sido legal falar disso, mesmo que estivéssemos na verdade sendo completamente ridículos, ou infantis, ou bobos mesmo. Era mais um encontro, dos tantos, dos raros, de amor!

"eles partiram por outro assuntos, muitos
mas no meu canto estarão sempre juntos, muito
(...)
qualquer maneira de amor vale o canto
qualquer maneira me vale cantar
qualquer maneira de amor vale aquela
qualquer maneira de amor valerá"
(paula e bebeto - milton nascimento)

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